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quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Espantando o Exu Gordura

Hoje eu completo um mês de dieta. Segunda-feira, um mês de malhação. Ainda não pesei e não medi oficialmente pra saber os resultados, mas acho que perdi medidas. Algumas roupas que estavam difíceis se tornaram viáveis. Olho no espelho e a papada não incomoda tanto. A pança está menos abusiva. Com relação ao processo em si, está sendo uma jornada de auto-conhecimento e auto-controle. Meu corpo tem reagido bem aos exercícios físicos. Fico mais bem-humorada, mais disposta, menos cansada. Tenho uma preguiça mortal de ir à academia, mas tenho ido com uma frequência espantosa, se falto na semana, vou no sábado e no domingo, fui até no feriado de sete de setembro. Claro que essa disciplina não é mérito meu. O Galalau é que me convence, me chama, me acorda. E durante a malhação, em frente ao espelho, andando na esteira, descobri mais um companheiro pra pancinha, as bordinhas e a papadinha: o culote!!! Culote, Brasil!!! mas aqui, pra combinar com seus coleguinhas, eu vou chamar de anquinhas. Esse é o quarteto moleza: anquinhas, papadinha, bordinhas e pancinha. Literalmente fofos! São os pôneis malditos da boa forma. Ao ver as anquinhas, descobri por que as minhas calças todas pararam de servir! Elas transformaram minha bunda numa coisa enorme. Se eu não tivesse tomado providências, acredito que teria que pagar IPTU por essa mala toda, queia virar um bem imóvel. É o horror. Assim que fizer a 2ª avaliação na academia, vou iniciar um programa de drenagem linfática, pois as anquinhas são um poço de celulite. Mas a drenagem e a malhação não vão adiantar nada sem uma força para fechar a boca e pegar firme na dieta. Tenho que confessar que durante a semana, de segunda a sexta na hora do almoço, como bem. Consigo me manter nas 1500 calorias. Tenho comido muita verdura, muitos legumes, de forma variada e com prazer. Tenho comido frutas, o que é uma delícia e espanta a vontade de comer bobagens. Na verdade, voltei à alimentação que eu tinha até a adolescência: muita fruta, verdura e legume. O problema é o fim de semana. Sempre rola uma cervejinha. E a cerveja traz amigos: o carpaccio (Galalau adora e faz um perfeito), boursin, torradinhas do capeta. E aí é que mora o perigo. Álcool engorda. Preciso de força de vontade pra isso. Fora as almas gordas. Meus amigos compartilham o meu gosto por comida e minha vocação pra mestre cuca amador. Neste feriado, mesmo tendo ido à academia, enfiei o pé na jaca. Recebi gente em casa na 3ª (dia 06) à noite e fiz risoto de carne seca. Almocei com a Marina na 4ª (dia 7) e comi risoto (again) de curry com shitake; Jantei no Clóvis na 3ª à noite e comi cuscuz marroquino, arroz com lentilhas e sardinhas assadas. Ok, tudo meio saudável, mas em quantidades cavalares. A partir daí foi ladeira abaixo. Tomei coca-cola no almoço, comi torresmo, comi menos frutas e verduras,tomei pouca água e teve a reuniãozinha do post anterior. Senti os efeitos deste exagero e agora estou mais vigilante. Vou procurar uma nutricionista pra ajustar melhor o cardápio aos meus hábitos e necessidades e pra flexibilizar o álcool, pois é necessário algum prazer nessa vida.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Confraria das almas gordas

Este fim de semana, de improviso, eu e Galalau recebemos alguns amigos em casa. A coisa funcionou assim: 19h00 Galalau fala: chama o Marco Aurélio pra jantar aqui.
E a aí eu chamo o Marco. E ele diz que já haviam aceitado ir para a casa de Clóvis e Maroca, em Taguatinga, mas que de repente, todos podiam mudar de ideia. “E quem são todos?”, perguntei eu, inocente, e todos eram uma lista composta por Marco, Clóvis, Maroca e mais cinco pessoas. Ok. A que horas? A partir das 20h30!!!
Então lá vou eu, em mais uma aventura gastronômica (a segunda em menos de uma semana, mas a primeira, conto depois).
Discutimos o cardápio, eu e Galalau. Decidi que seriam apenas belisquetes (ou finger food, para os metidos), pois é rápido e suja menos louça. O processo decisório do cardápio foi o seguinte: carpaccio (o do Galalu é uma loucura), Steak tartar ou quibe cru – queríamos carne crua, a decisão seria a disponibilidade do item no Oba!, mais umas 2 ou 3 pastinhas, mais um frango pra Marina, que não come carne, pão e biscoitos pra acompanhar as proteínas e pastinhas e cerveja, trazida pelos convidados.
E lá corro eu pra lavar a louça, arrumar a sala, decorar a mesa e fazer parte da comida, enquanto o Galalau vai ao supermercado pra achar o restante dos ingredientes.
E foi o jantar mais rápido do oeste. Segue o cardápio definitivo, as receitas virão um outro dia.
- Quibe cru - comprado no Oba! (não é propaganda)
- Boursin de Damasco (comprado no Carrefour)
- Pasta de Berinjela (comprada pelo Marco no Pão de açúcar)
- Biscoitos de Gergelim da Adria
- Pão Sírio
- Cubos de frango marinados no shoyu com laranja e grelhados (receita minha)
- Guacamole (receita minha)
- Homus (receita minha)
- Falsa crostata de massa de pastel (receita que copiei de uma amiga)
Tudo isso para dez pessoas. Tudo isso em 90 minutos, contando o tempo de decorar e servir a mesa, lavar a louça, limpar o chão da cozinha, comprar ingredientes.
Ficou tudo uma delícia, mas melhor mesmo foram as companhias, receber as almas gordas em casa. Adoro esses meus companheiros da alma gorda, gentil, feliz e curto ainda mais a sinergia que rola entre nós. Sempre ao redor da mesa e com uma cervejinha. É um prazer sempre imenso receber, cozinhar e servir as pessoas em casa, principalmente pessoas tão queridas, que gostam de comer, conversar, celebrar a vida, sorrir. É esse tipo de coisa que faz a vida valer a pena.

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Ainda sobre o bolo

Voltando à questão do bolo, muitas pessoas me perguntaram se ficou bom.
Devo confessar que não comi. Não sou lá chegada em bolo com cobertura e recheio; além de tudo, estou de dieta.
Quem comeu (Galalau e a turma do mestrado) achou bom. As pessoas só acreditaram que não foi comprado quando viram meu pratinho de casa com o canto rachado. Fica a dica: quando fizerem um bolo pra levar a algum lugar e quiser que as pessoas realmente acreditem que é obra sua, levem em um pratinho bonitinho porém surrado, para dar um ar de veracidade à coisa toda.
Na hora em que ficou pronto, devo confessar que foi o bolo mais bonito que já tirei do forno. Ficou lindão. As nozes por cima, dentro da massa conferiram um visual incrível. Pretendo repetir o bolo para um café da tarde entre amigos, desta vez, sem recheio, sem cobertura, sem trapalhada e sem sujeira.
A receita foi tirada do blog portugês de receitas "Pão, bolos e Cia", que é perfeito para quem curte bakery (gente, não é pornografia, é culinária, joga no google aí pra saber o que é). Tem umas receitas ótimas e muito bem explicadas. Recomendo com força.
Segue abaixo a receita completa do bolo para quem estiver com preguiça. Vale ressaltar que esta massa é supimpa, não precisa nem de batedeira se não quiser (ou não tiver) e não vai clara em neve. Façam e Gostem!

BOLO DE TABULEIRO DE CHOCOLATE DE NOZES

INGREDIENTES
2 chávenas / 400g de açúcar
1 chávena / 100g de chocolate em pó ou achocolatado
3 chávenas / 420g de farinha de trigo
1 colher (chá) de fermento em pó
1 colher (chá) de bicarbonato de sódio
1 chávena / 240ml de óleo
2 ovos
2 chávenas / 480ml de água a ferver
150g de nozes picadas grosseiramente

PREPARAÇÃO
Numa tigela grande, peneirar o açúcar, o chocolate, a farinha, o fermento e o bicarbonato.
Juntar o óleo e os ovos ligeiramente batidos e misturar tudo com a água a ferver.

Verter a massa num tabuleiro retangular (+/- 22x33cm), untado com spray desmoldante ou margarina.
Espalhar as nozes por cima da massa.

Levar ao forno pré-aquecido a 180ºC, durante 25min. ou até o palito sair seco.
Retirar e deixar arrefecer um pouco.
Desenformar e só depois de frio cortar em cubos.




sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Trapalhadas na cozinha

Post longo, longo, longo... Verborragia
E daí que dia 12 foi aniversário do Galalau. E daí que o povo do mestrado, numa fofura e ternura imensas, quis comemorar ontem na aula, mesmo tendo passado uma semana. E daí que eu resolvi me oferecer para fazer um bolo.
Até aí, nada demais. Cozinho bem (não sou modesta mesmo, tá?), gosto de fazer bolo, é pra comer com amigos queridos e para comemorar o aniversário da razão do meu afeto.
Mas nada é tão simples. A começar, que estou de dieta. Ou seja, ingredientes para fazer um bolo são coisas proibidas em casa de gente de dieta, pelo menos na minha. Em segundo lugar, eu não tenho receita de bolo de cor. E cismei que queria bolo de chocolate, com ganache e nozes. Busquei nos meus feeds de culinária e achei este bolo.
Então toca ir ao supermercado comprar chocolate em pó, creme de leite, chocolate em barra, nozes, farinha. Fui ao supermercado, toda lépida e faceira, cheguei em casa, lavei a louça que estava na pia, fiz almoço, almocei, lavei a louça de novo. Nesse momento, descobri não ter inveja nenhuma das pessoas que passam o dia inteiro em casa cozinhando e cuidando da casa. Separei os ingredientes: 2 ovos, ok. Farinha, okÁgua fervente, ok. Chocolate em pó, ok. Açúcar... ok, mas ao separar as duas xícaras necessárias, derrubei açúcar no chão, na pia, no meu pé, no fogão... Na cozinha toda. Pausa para limpar a lambança. Óleo, ok. Fermento químico... Cadê a merda do fermento? Vasculho toda a cozinha e não tem fermento. Pausa pra voltar ao mercado e buscar fermento.
Volto pra casa. Unto e enfarinho a forma. Bato o bolo. A massa fica linda, uma das mais bonitas que já fiz. Coloco a massa na forma redonda (a receita pede retangular, mas não tô em aí), de fundo removível. E aí me lembro: Não pré-aqueci o forno! Acendo o forno, queimo o dedo com o fósforo (está na lista dos projetos de consumo: um fogão com acendedor automático), volto ao bolo na forma, coloco as nozes na massa, me lembro de triturar as tais nozes só depois de ter posto metade dentro do bolo, trituro grosseiramente as nozes. Coloco no bolo. Boto o bolo no forno meio fio pra assar.
Lavo a louça que ficou (de novo, terceira vez no dia), faço a ganache. Que coisa linda é fazer ganache, meu Deus! O creme de leite esquenta, você joga os pedaços de chocolate, eles derretem e fica aquela coisa cremosa, apetitosa, brilhante na panela. É lindo demais. Deixo a ganache na geladeira descansando, faço a calda para o bolo ficar bem molhadinho. Fiz com laranja e ficou muito bom. E enquanto o bolo assava, fui descansar, assistir Friends que estava passando a primeira temporada na Warner.
25 minutos depois do bolo ir ao forno, vou olhar. Nada tinha acontecido. Ele estava lá, plácido, mole,cru, como se o raio do forno estivesse desligado. Paciência. Aumento o forno e vou descansar mais. Descansar de repente ficou muito cansativo. Mais 25 minutos. O tal do bolo está mole no meio. Fecho a porta, falo palavras de carinho para o bolo e vou guardar a louça lavada, descanso. Nisso já são 3h00 da tarde. Ainda bem que a aula é 18h30. Mais 25 minutos, vou olhar o amigo bolo. Enfio o palito. Não sai limpo. Vou olhar o twitter. Mais dez minutos. Finalmente, depois de incríveis 90 minutos, o raio do bolo está assado. Mas não pronto.
Agora é que começa a diversão. Eu parecia os trapalhões e os três patetas juntos, na mesma pessoa. Espero o bolo esfriar, parto o danado ao meio. Mas o problema com meus bolos (a falta de modéstia impera) é que eles ficam muito fofos. E aí pra dividir ao meio e tirar a metade de cima, foi uma maravilha. Cinco tentativas de várias formas. Até que consigo. Molho o bichinho com a calda de laranja. Agora além de trapalhadas, vem sujeirinhas.
Coloco a ganache por dentro. Sujeira. Espalho a ganache. Mais sujeira. Coloco a outra metade em cima. Ela desmonta. Sujeira. Monto os pedacinhos e o bolo fica parecendo o pangea.Tento cobrir. Sujeira. Decido inverter o bolo de lado, botar de ponta cabeça, para a parte mais regular ficar em cima. Sujeira. Dá certo. Começo a cobrir o topo. Sujeira. Cubro as laterais. Sujeira.
Termino de cobrir, acho que ficou irregular e resolvo colocar um açúcar de confeiteiro pra deixar bonitinho. Abro um pacote guardado de 1000 anos atrás, começo a peneirar e descubro um formigueiro dentro do açúcar. Lavo a peneira, jogo o açucar de confeiteiro com as formigas fora, pego o açúcar refinado e faço uma camada de açúcar branco em cima do bolo. Fica lindo (falta de modéstia parte 3). Enfeito com as nozes restantes, coloco o bolo na geladeira, faço mais sujeira no caminho e vou limpar a lambança de ganache.
Nessa parte da brincadeira, descubro que tinha chocolate na minha roupa, na minha cara, no chão, na parede, na pia, na porta da geladeira, nas louças limpas, no fogão. Eu limpo tudo isso e ainda guardo a louça. E o esmalte ficou inteiro nas unhas, vejam só!
Sento para descansar, vou arrumar a roupa pra ir à aula e concluo que no fim das contas, fazer esse bolo foi bom pra dieta, por que eu me mexi, cansei e vou passar uns 3 meses sem querer ver chocolate na minha frente!

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Afinando a Silhueta – Início da dieta e malhação

Post bem no estilo “querido diário”
Lá fui eu ao endocrinologista. Contei toda a minha historinha: da magreza do passado, dos muito kg ganhos, do histórico familiar de doenças e do medo de que esses quilos todos sejam o início de uma bola de neve (ou de manha, no caso).
Ele falou que a minha preocupação é justificável, que é legal pensar em mudar alimentação, etc, mas que eu estou exagerando. Que eu não estou gorda. Que eu ainda estou apegada à auto-imagem de uma pessoa muito magra. E que o ideal é fazer sim uma dieta, mas que eu tenho que pegar firme na malhação. Sedentarismo não dá.
Ele passou uma dieta inicial de 1500 calorias diárias, sob a condição de que eu iniciasse um programa de exercícios físicos, pois caso contrário, vai ter que diminuir para 1200. Pediu uma série de exames (glicose, TSH, hemograma, lipidograma) para ver como o meu corpo está funcionando. Vou fazer os exames e marcar a consulta de retorno.
Iniciei a dieta dia 15 (a típica gorducha que começa dieta na segunda-feira). Está sendo uma coisa meio estranha regular as quantidades, principalmente no almoço e no jantar. Três colheres de sopa de arroz? Really? Isso é comida de criancinha. E criancinha dessas chatas que não comem. Eu realmente fico meio descompensada logo após terminar o almoço e a janta, pois estes são de fato os horários em que eu mais como quando não estou de dieta. E principalmente por que eu tenho o hábito de não comer sobremesa. A dieta recomenda frutas após almoço e jantar e eu acho que vou começar a seguir a recomendação, criar esse novo hábito, pois no café da manhã e no lanche da tarde as frutas têm me deixado mais saciada. Aliás, essa coisa de tomar café da manhã e lanche da tarde decentemente tem sido a melhor parte da história.
E ontem à tarde eu e Galalau nos matriculamos na academia! Faremos a avaliação amanhã e começamos de fato na sexta-feira. O fato de que ele vai fazer junto me anima um pouco mais. Ele é mais disciplinado do que eu, não tem preguiça de acordar cedo e não vai me deixar faltar ou ficar enrolando na cama. Então, todos os dias, 06h45 da manhã, lá estaremos nós...
Quando eu já tiver mais avançada na dieta e na malhação, retorno aqui. Talvez volte antes, com outro assunto. Mas por enquanto é isso aí mesmo.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Afinando a Silhueta

Venho neste espaço confessar publicamente que estou com sobrepeso. Sim, estou gordinha. Para quem me conhece de outros carnavais, esta declaração é surpreendente. Para quem leu este post, também.
Aliás, sempre que releio este post, tenho ataques de raivinha imaginária. Se eu encontrasse uma pessoa dessas hoje em dia, eu enchia de porrada. Caralho, que tipo de pessoa em sã consciência reclama de pesar menos de 50 kg? Que tipo de pessoa reclama que não pode doar sangue por ser magra? Se eu encontrasse essa pessoa hoje em dia, eu ia falar: cala a boca e não reclama, cuidado com o que deseja... Devia ser um pé no saco ouvir isso.
Pois é... Se eu pudesse, dava uns manotaços na cara dessa pessoa, mas como essa pessoa sou eu no passado, isso é virtualmente impossível (só se houvesse uma máquina do tempo, mas existem regras para encontros consigo mesmo em viagens do tempo, então...)
O fato é que sim, estou pesadinha. Toda redonda. Cara redonda, bunda redonda, coxas redondas, peitos (ainda mais) redondos e o pior: uma pochete de banha que é o horror.
O engraçado é que eu estou mais bonita e melhor comigo mesma redonda do que esquálida. Dez vezes melhor. Ando gostando de ter perna meio grossinha. O problema é que eu DETESTO ver o panceps quando olho no espelho. Barriga é um trem horrível, tenebroso. Morro de inveja dessas mulheres que engordam, ficam com coxão, bundão, mas não ficam com pança, acho lindo, acho sexy. Mas barriga não é. E a barriga trouxe duas amigas indesejáveis: papadinha e bordinhas de catupiry nas costas.
E então, hoje, dia 11 de agosto de 2011, decidi que seria o dia do início fim da pança e de suas amigas, a bordinha e a papinha. Elas vão sumir da minha vida. Definitivamente.
Começou a Operação Afinando a silhueta.
Resolvi colocar isso no blog como o marco de um compromisso comigo mesma: o de afinar. Vou narrar aqui as etapas deste processo.
Não vai ser rápido, eu sei. Vai ser difícil, eu sei. Mas alguma coisa tem que acontecer. Além da questão do peso, tem o fator doenças de família: diabetes tipo 2, hipertensão arterial. Parentes meus de primeiro grau morreram em decorrência das duas doenças e eu não sou mais garotinha, tenho que me cuidar pra ter uma velhice tranquila.
O primeiro passo da Operação Afinando a silhueta é a consulta com o endocrinologista, que será hoje. Não quero emagrecer sem orientação médica, justamente devido a essa herança familiar. Vou apresentar o caso a ele e ver o que vai dar. Mas sei de uma coisa: não tomo redutor de apetite nem fórmula. Essas coias têm substâncias psicoativas (mesmo os mais inofensivos) que podem causar sérios danos à saúde.
O segundo será me matricular na academia. Botar o corpinho pra mexer, gastar calorias. Detesto exercício físico com todas as forças. Sou preguiçosa, dorminhoca e sedentária, mas vou ter que mudar de hábitos.
O terceiro será agendar consulta com nutricionista, por que eu confesso: como demais. Sou gulosa mesmo. Mora um rei momo dentro de mim. Mas ele vai ter que se enquadrar ou morrer. E a nutricionista vai me ajudar a lidar com a alimentação.
Estabeleci como meta, calculando o meu IMC, que atualmente é de 26,6 (caracterizando sobrepeso), que preciso afinar 10 kg para chegar a um IMC de 22,5 (peso normal, nem perto da magreza extrema nem perto do sobrepeso). Enquanto eu não perder ao menos 6 destes 10kg, não entra mais nenhuma peça de roupa nova no meu armário.
Então, é isso. Semanalmente eu escreverei novidades da Operação Afinando a silhueta, vou colocar as metas estabelecidas pelo médico, pela nutricionista, pelo professor da academia, o cronograma, etc. Acho que relatar vai me ajudar a ter mais determinação. Vou relatar também os progressos e as recaídas (elas acontecerão, eu sei).
Continuarei com outros assuntos mais variados, pois o objetivo não é fazer um blog de dieta, mas estes, sem tanto compromisso assim.
Caso tenha tempo, vontade e audiência, postarei sobre como me viro/virarei com as roupas durante este processo, pois isso exigirá uma certa criatividade.
Beijos e até o retorno sobre a consulta com o endocrinologista.

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Homofobia, Ibope e os avanços na opinião pública no Brasil

Artigo para livre publicação

Toni Reis*

Presidente da ABGLT – Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais e Conselheiro do Conselho Nacional de Lésbicas, Gays. Bissexuais, Travestis e Transexuais.

A pesquisa do Ibope Inteligência sobre atitudes da população brasileira em relação a lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais (LGBT), publicada no último dia 28 de julho, traz alguns dados muito reveladores sobre a evolução da opinião pública a este respeito.



Há 18 anos foi publicada outra pesquisa do Ibope em relação ao mesmo assunto. Em 1993, segundo aquela pesquisa, 44% não mudariam sua conduta com o colega se soubessem que era homossexual. Pesquisa de 2008, também do Ibope, indicou que 65% aceitariam. Já em 2011, 73% dos entrevistados não se afastariam se descobrisse que um amigo é gay. Em 1993, 55% não trocariam de médico se descobrissem que era gay. Hoje, 67% são totalmente a favor de médicos homossexuais no serviço público. No que diz respeito à revelação de um(a) amigo(a) ser gay ou lésbica, 80% das mulheres, 81% dos jovens de 16 a 24 anos e 85% das pessoas com nível superior de escolaridade não se afastariam.



É muito alentador observar que, segundo a nova pesquisa do Ibope, 52% das mulheres, 50% dos católicos, 60% dos jovens de 16 a 24 anos e 60% dos com nível superior são favoráveis à união estável entre casais homoafetivos. Em 1993, o assunto nem tinha entrado na pauta do legislativo ou do judiciário, tanto é que a pesquisa do Ibope daquela época nem perguntou sobre isso. No entanto, tínhamos acesso a outras pesquisas que apontavam que havia apoio de apenas 7% da população a esta forma de união. Hoje 45% da população estão a favor.



Vale lembrar que em 1995, existiam apenas 35 grupos LGBT organizados e nenhuma organização nacional. Não havia nenhuma Parada LGBT. Hoje o panorama mudou: há 9 redes nacionais LGBT, pelo menos 250 Paradas LGBT e mais de 300 ONG LGBT em todo o Brasil. Sem dúvida, a organização política do segmento tem contribuído em muito para as mudanças favoráveis que vêm ocorrendo na opinião pública. Neste ano de 2011 vamos para a II Conferência Nacional dos Direitos Humanos da Comunidade LGBT, convocada pela presidenta Dilma Rousseff, que será precedida por Conferências Estaduais LGBT convocadas por todos e todas os(as) governadores(as). Nestas Conferências avaliaremos todas as políticas públicas existentes em nosso país contra a violência e a discriminação e pela cidadania das pessoas LGBT.



Também com base na nova pesquisa, pode-se afirmar que as atitudes homofóbicas têm suas raízes em valores machistas da nossa cultura, na intolerância de certos setores religiosos e na falta de acesso a informações corretas sobre a homossexualidade: 63% dos homens, 77% dos evangélicos e 68% dos com estudo até a 4ª série do ensino fundamental afirmaram ser contrários à união estável entre casais homossexuais. Mesmo aqui há uma evolução se compararmos com a Idade Média, quando éramos queimados na fogueira pela Santa Inquisição, inclusive ainda há 7 países com pena de morte para os homossexuais. Depois a homossexualidade foi considerada crime em muitos países, e ainda há ainda 75 onde ser gay é crime. E no Século XX, até o dia 17 de maio de 1990, a homossexualidade era considerada uma doença pela Organização Mundial da Saúde. Estamos, sim, avançando muito.



Seria muito interessante ter outra pesquisa desta natureza daqui a 10 anos. Se continuar na mesma tendência de aumento de respeito às pessoas LGBT, em especial entre os jovens, o Brasil não será mais um país em que uma pessoa LGBT é assassinada a cada dois dias, e sim um país de respeito e aceitação da diversidade sexual. Para isso, nas palavras de Tony Blair, é preciso três coisas: educação, educação e educação, assim como investimento em políticas públicas.



Além de investir firme na educação e em políticas públicas, o movimento LGBT precisa aprimorar sua parceria com a juventude e com as mulheres, tendo em vista que são o público que mais nos apoia. Também é preciso abrir uma frente de diálogo com os 50% dos católicos, os 23% dos evangélicos e os 60 % de outras religiões que nos respeitam, para que semeiem a boa nova da Constituição Federal, principalmente os artigos 3º e 5º que estabelecem que todos são iguais perante a lei e que não haverá discriminação de qualquer natureza em nosso país, assim como fez o Supremo Tribunal Federal, que, numa decisão histórica e unânime, no dia 5 de maio de 2011, disse não à discriminação, e julgou a favor do reconhecimento da união estável entre casais homoafetivos, com base nos princípios da liberdade, da segurança jurídica , da igualdade de direitos e da laicidade do estado.



Seguindo a filosofia de Aristóteles, quando fala que a finalidade da vida é a felicidade, no último dia 19 de julho a Assembleia Geral das Nações Unidas aprovou uma resolução para que os governos deem mais importância à felicidade e ao bem-estar na elaboração de políticas públicas para alcançar e medir o desenvolvimento econômico e social. O reconhecimento da união entre pessoas do mesmo sexo e o respeito à cidadania pode contribuir muito para a felicidade de milhares de cidadãos e cidadãs LGBT no Brasil.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Que não se repita

O filósofo Theodor W. Adorno tem um texto curto, que considero uma as melhores coisas que já li na vida. Ele escreveu “Educação após Auschwitz” após o horror da Segunda Guerra Mundial. Diante de toda a bestialidade do massacre de milhões de pessoas pelas mãos dos nazistas, diante de todo o horror dos bombardeios, diante de casas, vidas, sonhos, destruídos, Adorno conclui sua obra afirmando que a única obrigação da educação, após Auschwitz, é formar as crianças de modo que horror semelhante não ocorra. Em lugar algum, em época alguma. Qualquer ação educativa, didática ou pedagógica que propicie ou incentive a ocorrência de horrores semelhantes é fadada ao fracasso.
Nas palavras do próprio Adorno:

Qualquer debate acerca de metas educacionais carece de significado e importância frente a essa meta: que Auschwitz não se repita. Ela foi a barbárie contra a qual se dirige toda a educação. Fala-se da ameaça de uma regressão à barbárie. Mas não se trata de uma ameaça, pois Auschwitz foi a regressão; a barbárie continuará existindo enquanto persistirem no que têm de fundamental as condições que geram esta regressão
.

Após o massacre de Realengo e diante de outros fatos que invadem o noticiário cotidianamente, chego à conclusão de que fracassamos. De forma retumbante. Precisamos agora re-pensar a forma como educamos as crianças e jovens, para cumprir de verdade a missão da Educação e fazer com que Auschwitz não se repita.