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segunda-feira, 20 de abril de 2009

Pesos e medidas

Sou uma pessoa magra. Absurdamente magra. Pra vocês terem uma idéia, tenho 1,48 m (isso mesmo, 1,48) de altura e peso menos de 50 kg. Agora devem ser uns 43, 44 kg. E isso é chato pra kct. Sim, todo mundo acha que é uma delícia ser magro. Mas a coisa não é bem assim. Achar uma calça que sirva, por exemplo, é tarefa difícil.
Mesmo tendo um corpo bem feito - a maior parte desses 43/44 kg se concentram em peito e bunda - é difícil, pq as pernas ficam compridas (sempre tenho que fazer barra), a cintura fica larga. Vestido, então, quando eu acho um que sirva sem alteração, eu compro sem questionar o preço, pois é uma oportunidade em um milhão. Biquini é um saco, pois sou magra e peituda. Meu sutiã é 44 e a calcinha 36. E sempre foi assim, desde a dolescência. Já foi pior, já pesei 39 kg. Só consegui encgordar após sofre um acidente e ficar 3 meses de cama sem poder andar, sentar, apenas comendo e vendo TV.
O que incomoda não é o peso em si. É o efeito sanfona. Eu perco peso com uma facilidade enorme. Um dia de ressaca brava, por exemplo, me leva 1,5 kg. E pra esse 1,5 kg voltar é um saco. E o problema do efeito sanfona é que as calças ficam largas, os vestidos ficam feios... Nada serve.
Mas o pior dessa história são as pessoas. Quando a gente que é magra emagrece, as pessoas são muito cruéis. Tenho uma coleção de frases que as pessoas me dizem quando estou na fase mais magra:
Credo, como você está magra!
cuidado pra não voar
Que foi, menina, tá doente?
Nossa, anorexia virou epidemia mesmo
Sua mãe não falou que vc está fazendo tratamento de câncer
Nossa, que horror, você precisa comer
Coitadinha, parece que vai quebrar de tão fina
E outras mais legais ainda. E eu não sei se as pessoas acham que isso é elogio, ou que não ofendem, que não magoam... É tudo muito chato. É tão ruim e maldoso quanto perguntar pra uma mulher gordinha "nossa, que aconteceu, tá grávida?". Ou fazer outros tipos de comentários, tipo "ai, vc é tão linda de rosto, pq não emagrece, hein?"
As pessoas realmente não medem esforços pra fazer com que as outras se sintam mal. Fazem comentários como se a pessoa que os recebe não tivesse espelho em casa e nem conhcesse balança. É uma insensibilidade que beira o mau-caratismo. E sempre tem alguém que tenta te oferecer fórmulas mágicas: pras gordinhas, dietas milagrosas (South Beach, Atkins, pontos, vigilantes do peso), exercícios, tratamentos. Pras magrelas: "por que você não come, hein?" ou então mandam fazer musculação pra ganhar massa muscular.
E aí restam duas alternativas: tocar o f*-se e ser feliz (mesmo com altos e baixos) ou tentar mudar. Eu resolvi tocar o f*-se. Aceitar meu metabolismo do jeito que ele é. Comprar roupas onde eu sei que vou achar o que me serve. Achar costureiras de confiança para ajustes e modificações, ou para fazer coisas sob medida. E olhar para os desagradáveis de plantão com uma cara de desprezo pela indelicadeza deles e ignorar os comentários.
Mas quem está insatisfeito, o que fazer? A Marivone (do Uma Fábula sobre a Vaidade) tem buscado a solução dela. E eu espero que ela encontre. Pois eu sei como é entrar em crise com o próprio corpo e não conseguir solução. Mas ela existe. E encontrá-la é algo individual, que exige um processo muito longo de auto-conhecimento, auto-descoberta e auto-encontro.

Um comentário:

Unknown disse...

Olá Barbara

Já fui exatamente como vc.Quando casei,com 18 anos, tinha seu peso 43 kg e as pessoas diziam que eu desviava pingo de chuva. É claro que gradativamente fui aumentado meu peso. Aos 48 pesava 53kg. Hoje aos 55 anos e com 62kg e lutando com dietas, fico feliz por ter pouco peso quando jovem. Sempre quis ter corpão. Sabe o que acontece quando engordamos? Aumentamos gorduras nos lugares onde não queremos.Se aceita um conselho, faça musculação, vai deixá-la com mais forma. Minha filha, que também é assim, conseguiu um corpo lindo com essa prática.
Espero sua visita e já estou te seguindo.

Bjo